quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Projeto Graffiti na E.M. Affonso Penna

Os alunos participantes do projeto diante de seus graffitis
Desenhos preparatórios 
O Projeto Graffiti é desenvolvido por mim desde o ano passado na E.M. Affonso Penna, com as turmas do 8.o e 9.o anos. Este ano, iniciei o projeto com a Turma 1903 no segundo bimestre, tendo como proposta pensar o graffiti em suas continuidades e rupturas relativamente à história da pintura mural e integrado ao panorama da arte pública, compreendendo-o dentro da categoria intervenção e como pintura mural urbana e contemporânea. Durante estes dois bimestres, muito assunto para conversa: as relações entre obra e espaço e as possibilidades do graffiti como intervenção urbana, as diferenças entre graffiti e pichação, o surgimento do grafitti como expressão cultural de minorias e seu recentemente adquirido estatuto de "arte", seu potencial de expressão individual e/ou coletivo na atualidade etc.
Um dos stencils pronto
Neste sentido, ao longo do processo os alunos leram textos teóricos sobre o assunto, matérias de jornais [1] e entrevistas de grafiteiros e conheceram movimentos artísticos como o muralismo mexicano, trabalhos de artistas modernos brasileiros que realizaram murais e painéis além, é claro, de verem muitas imagens e vídeos de trabalhos de grafiteiros brasileiros e estrangeiros desde os primórdios do grafitti até os dias de hoje, entre os quais Alex Vallauri, OsGêmeos, Keith Haring, Jean-Michel Basquiat, Bansky...
Grafitando
Este ano o projeto teve uma novidade e uma surpresa: a novidade foi ter obtido a autorização da direção da escola para que os alunos, ao final do processo, pudessem grafitar um dos muros da escola. Como não tenho experiência prática como grafiteiro, optei por trabalhar com o alunos a técnica dos stencil, na qual a imagem é grafitada com o spray usando-se um molde vazado [técnica usada por vários artistas do graffiti, como o brasileiro Alex Vallaury e o inglês Bansky]; a surpresa, uma feliz coincidência: quando já estávamos com quase tudo pronto para a culminância do projeto, ficamos sabendo que o SESC Tijuca realizaria um dia de atividades na escola, quando seriam oferecidas uma série de oficinas e atividades, entre
O stencil após o uso
as quais uma "grafitagem-aula" pelos grafiteiros Leleco e Binho. Isso foi fundamental para a ampliação da consistência do projeto para os alunos, pois eles puderam ter as duas experiências: finalizar o processo conduzido em sala de aula e compartilhar o processo de trabalho de dois garfiteiros conhecidos na realização de um graffiti, desde seu início - preparação do muro - até o final. A proximidade com os grafiteiros foi de suma importância para a culminância do projeto, pois os alunos não só puderam apreender in loco detalhes de técnicas e procedimentos, apre[e]ndendo pela observação, como puderam se valer da assessoria e das dicas de um dos grafiteiros - Leleco, que também é professor - na realização do trabalho.
Nas imagens abaixo, detalhes dos graffitis realizados pelos alunos; na sequência, uma panorâmica do pátio da escola no dia seguinte ao evento e, finalizando, Leleco, eu, Binho e o aluno Douglas diante do painel finalizado pelos grafiteiros.







NOTAS:

[1] Relação das reportagens de jornais disponiblizadas aos alunos durante o projeto:

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100302/not_imp518093,0.php

http://www.estadao.com.br/noticias/arteelazer,grafite-muda-de-nome-e-vira-nova-arte-publica,345880,0.htm

http://www.estadao.com.br/noticias/cidades,asfalto-do-minhocao-ganha-flores-no-fim-de-semana,446307,0.htm